sábado, 22 de dezembro de 2007

Errata para Xatryas.

Estou publicando aqui uma pequena errata para o Xatryas. Ele ocorre na página 11 do suplemento, onde um parágrafo não é terminado. Segue abaixo o texto na íntegra:

"Portanto, quando o primeiro hominídeo pré-histórico esfregou dois pedaços de madeira ele gerou atrito e criou fogo. Quando ele usou outro pedaço para acertar a cabeça de um inimigo, ele gerou conflito entre a energia da madeira querendo passar e a da cabeça do pobre coitado querendo ficar no caminho e o resultado foi destruição... da cabeça, da madeira ou de ambas!"

Peço desculpas em nome de toda a equipe. Estou à disposição caso seja descoberta mais alguma coisa.
De qualquer forma, o retorno de quem comprou até agora tem sido muito positivo. Valeu!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Xatryas chegou!!!

É isso aí. Xatryas, o segundo suplemento de Maytréia já chegou da gráfica e se encontra disponibilizado para venda na Daemon!
Foi uma batalha, mas conseguimos - junto com a editora, é claro - lançar ele antes do Natal. O próximo suplemento de Maytréia será obviamente Vaysas. Mas isso é para o ano que vem.
Basta acessar o site (http://www.daemon.com.br/) e pedir o seu exemplar. Espero que se divirtam!

P.S.: Tá, eu sei que estou devendo contos e mini-contos inéditos... prometo que vou publicá-los em breve.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Os Combatentes n° 6 - esboços

Passando rapidinho.
O meu amigo e desenhista Alex Genaro colocou uns estudos legais sobre a edição de "Os Combatentes" n° 6. Gosto dela, pois significa uma guinada inesperada na trama, para deixar quem a acompanha com aquela "pulga atrás da orelha" e se perguntando: "Que catzo está acontecendo aqui?"

P.S.: Ignora as insinuações sobre o fato de deixá-lo sem saber o que vai acontecer... é tudo verdade, mas qual é a graça de ser roteirista se não posso fazer destas coisas de vez em quando? ;D

P. P.S.: Sei que estou devendo mais contos e mini-contos inéditos. Coloco aqui em breve, valeu?

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Site Beco do Crime (recomendamos!!)

Quando começamos a participar de eventos públicos de RPG, divulgando o Rebelião - Ascensão e Queda que existia apenas no site, tínhamos - é claro - a esperança de que nosso trabalho fosse reconhecido. O resultado está aí para todos verem.
Só que me lembro de como fiquei alegre ao perceber que um jogador se empolgou, imprimiu o jogo e resolveu mestrar por conta própria. Alguém que não conhecíamos antes do evento, pegava um jogo que criamos e mestrava! Era o primeiro que eu via!
Seu nome era André Esteves. O resto é história.
Então - vejam só - esse mesmo André resolve tomar coragem e publicar um livro. Só que enquanto eu tenho tendências mais místicas, absurdas e fantásticas no que escrevo (respondo por mim aqui, não posso responder pelo resto da equipe de Rebelião, é claro... :) ... ) ele envereda pelos becos sujos da cidade, remexe em cadáveres que deveriam ser esquecidos, descobre segredos cuidadosamente escondidos e entra numa vida de crimes.
Ele se tornou autor de contos e romances policiais.
Para isso, criou um site chamado Beco do Crime, onde você - que é fã deste gênero tão esquecido em nosso país - pode se deliciar com contos e mini-contos de diversos autores, resenhas de alguns dos maiores escritores deste ramo da literatura em todos os tempos e outras informações.
Além disso, seu primeiro livro (daquela que, acreditamos, será uma prolifera carreira) está para ser lançado no início do ano que vem. Ele se chama O Mistério da 13ª Letra.
De uma olhada no site, colabore com ele (até mandei um conto que ele teve a gentileza de publicar no site... o que foi um erro pois me empolgou em mandar outros) e procure saber sobre o livro. Garantimos que vale a pena.
P.S.: Falando em gêneros tão esquecidos de literatura no país... qual não é?

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

E o RPG é que tem fama de perigoso...

Recebi recentemente um e-mail de um amigo me denunciando essa. Vou postar o que ele escreveu (cortando os xingamentos) e depois acrescento mais um detalhe. Leiam:

(Início do e-mail)
Meus caros, eu sabia!!!
Vocês devem lembrar desse figurinha aí da foto malhando os jogos de RPG em supostos "debates" no seu programinha de TV. Ele adorava colocar em evidência os "perigos" da sociedade deixar seus filhos expostos a este tipo de jogo. Eis que o "paladino" gravou um CD de "músicas infantis". Isso mesmo, ele "cometeu" um Cd pra crianças!!! O sugestivo título desta pérola da MPB é "ME FAZ UM CARINHO".
Pois bem, vejam essa capa... Não é montagem não, é VERDADE!!! Já até mostraram essa porcaria pro dito cujo quando ele esteve no "PÂNICO NA TV" e ele ficou todo sem graça, envergonhado. Afinal, como um "evangélico e exemplar pai de família"explicaria um disquinho desses? Sério, vocês deixariam seus filhos com um cara desses? É, nem eu. Reparem que o "cantor" que tem a voz de quem parece está fazendo gargarejo com óleo de máquina está puxando a mão do pobre do molequinho pra dentro da blusa e tentando fazê-lo sentar em seu colo!!! Olhem a cara do garoto! Tá na cara que ele está doido pra meter o pé e fugir daquele aperto!!! Bem que podiam fazer uma edição especial no programa dele com a criatura em questão no banco dos réus. Já até imagino a chamada do programa: "O que é mais perigoso para seus filhos: o RPG ou o LEÃO?"
Uma das faixas dessa "obra-prima" chama-se "VOCÊ JÁ ABRAÇOU SEU FILHO HOJE?"...E então, abraçaram? Pois se não abraçaram, pode contar que ele vai tentar fazer isso por vocês!!!É por isso amigos, que eu aviso: cuidado com o Leão....
(Fim do e-mail)

Agora mais um detalhe da minha parte: ele além de tudo é homofóbico. Ontem (domingo) a Bandeirantes passou um programa sobre instituições que ajudam crianças especiais ou com problemas raros de saúde... não sei informar todos os detalhes, pois vi apenas uma cena enquanto almoçava... de qualquer forma, parecia ser um ótimo trabalho.
Eis que o apresentador Leão Lobo (aquele das fofocas) falava com uma criança no colo quando começou a comparar o problema dessas crianças com o preconceito sofrido por homossexuais. Nisto ele falou a seguinte frase: "Nós, assim como elas..."
Para quê! Na mesma hora o outro "Rei da Floresta" interrompeu:
"Nós, não! Eu sou heterossexual!"
O Leão Lobo tentou se explicar, dizer que não chamou ninguém de homossexual, mas foi interrompido duas vezes:
"Não, porque eu não sou homossexual... você é. Eu não. Você falou 'nós'...." e por aí vai. Criou uma saia justa monstruosa para o Leão Lobo que ficou totalmente sem graça em cena e tentou articular novamente seus pensamentos enquanto era deixado sozinho de frente para a câmera. Se duvidar, vai parar no "You Tube".

Foi o suficiente para que se confirmasse: a grande parte daqueles que atacam o RPG são ignorantes e - se pudessem - mandariam todos os que pensam diferente para a fogueira ou o campo de concentração.

Em que século estamos mesmo?

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Mini-contos Rebelião.

Os mini-contos são uma solução prática para postar rapidamente algo. Mas o interessante neles é esse desafio de escrever algo que permita dar o clima e provocar compreensão em poucas linhas (às vezes em uma só). Alguns dos mini-contos poderão envolver os Universos de Maytréia e de Rebelião – Ascensão e Queda, neste caso eu avisarei entre parênteses ao lado do título, ok?Espero que se divirtam.

Aqui vão 3 ambientados em Rebelião. Espero que gostem.

Queda (Rebelião)
Naquele instante o mundo inteiro parou. O pequeno demônio saiu de uma rachadura no chão e avisou, solene:
“Meu mestre me ordenou que o acompanhasse até a sua nova residência.”
Apesar dos olhos não derramarem uma lágrima sequer, o Filho de Rebelde chorava desesperadamente por dentro.

Preparando a chegada de um Híbrido (Rebelião)
Raquel achou aquele homem fascinante. Havia algo de angelical e demoníaco na dose certa (se é que havia dose certa para certas coisas) nele. Ao perguntar seu nome, ele respondeu:
“Nomes são importantes demais para que possamos mostrá-los tão rapidamente a qualquer um... mesmo a uma bela dama. Mas – se desejar – me chame de Aliel.”
Em seus olhos, faiscavam relâmpagos sobrenaturais.
E Raquel percebeu que pertenceria àquele homem durante o fim de semana...

Armistício (Rebelião)
Eles brindam outra vez. A conversa foi longa e agradável. Era aquele tipo de conversa que só se poderia ter entre iguais – ou quase iguais. Comentaram erros que mudaram a história da Criação, lamentaram a existência de Deus de do diabo, fizeram piadas com segredos que abalariam a sanidade humana. Como se fossem dois amigos que dividiam segredos.
Um era Nefilim e o outro Adorador da Lua Negra.
Amanhã caçariam um ao outro até a morte. Hoje não. Hoje brindavam e conversavam com a intimidade que apenas dois inimigos jurados poderiam ter.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Capa do novo suplemento de Maytréia lançada (com uma curiosidade)!


Como todos já sabem, Xatryas é o nome do mais novo suplemento de Maytréia (que pretendemos lançar ainda este ano). Apesar da inevitável correria, as coisas estão indo bem, com a diagramação preliminar pronta e sendo enviada para a editora Daemon em 01/12 (ou seja, amanhã).

A capa já foi preparada e a contra-capa está a pleno vapor. Mas aconteceu uma curiosidade; na pressa de preparar tudo escrevemos "xatrias" (com "i") ao invés de "xatryas" (com "y").

Foi o Del Debbio quem nos chamou a atenção para esse engano. Esse detalhe curioso pode ser visto na imagem que mostro aqui da capa "errada".
É claro que isso não atrapalha em nada a belíssima capa que o ilustrador Alex Genaro fez para a edição, como vocês mesmos podem conferir. E isso não é nada, vocês precisam ver as ilustrações que ele preparou para serem colocadas no interior do livro!

Para ver como esse negócio de editar e publicar dá uma trabalheira e mesmo assim os erros passam, né? Mas quem sabe, não é uma boa? De repente, dentro de alguns anos, essa ilustração passa a valer uma fortuna, né?

Por garantia, vou guardar a imagem. Nunca se sabe...

Campanha "Dando o Sangue pelo RPG" prorrogada!

A campanha "Dando o Sangue pelo RPG" fez grande sucesso e foi prorrogada. Agora ela vai até o dia 9 de dezembro de 2007. Mais uma vez lembramos da importância desta campanha para ajudar a quem necessita e limpar a tão injustamente difamada imagem do RPG no nosso país.


Para quem não lembra ou ainda não sabia, a campanha envolve a doação de sangue feita por grupos de RPG. Maiores detalhes no site http://d3system.com.br/dosprpg1.


Vamos lá dar uma força, pessoal!

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Roteiro para desenhistas treinarem.

Certo, estou finalmente cumprindo a minha promessa. Abaixo segue o roteiro das 3 primeiras páginas da HQ "Os Combatentes". Os desenhistas que desejarem podem copiar e treinar. É interessante para que possam se acostumar com a visão técnica da coisa e perceber como nós roteiristas volta e meia deixamos os desenhistas numa tremenda saia justa!

Segue abaixo:
OS COMBATENTES – EDIÇÃO 1

Pág. 1
(Toda esta página segue uma sequência de quadros horizontais)

Quadro 1
Panorâmica da floresta Amazônica. É noite. Ao longe, fogos de artifício explodem no céu noturno.
Texto: 1º de janeiro de 2000. 00:01hs. Suriname.
Texto: Grande parte do mundo comemora. É chegado um novo tempo.
Texto: Para muitos, significa novas esperanças, planos e sonhos.

Quadro 2
A visão permanece a mesma, mas no canto direito do quadro, vemos a silhueta do rosto de um homem de uns 45 anos. Ao longe, um dos fogos se destaca como se fosse uma estrela cadente.
Texto: Não é diferente para o pescador que observa o bailar das luzes.
Texto: Esperanças, planos e sonhos.

Quadro 3
A câmera se afasta e vemos que ele está sobre uma pequena embarcação no rio. Uma das luzes se destaca como se fosse uma estrela cadente.
Texto: Mas esperanças, planos e sonhos são efêmeros. Fazemos promessas que nunca vamos cumprir, acreditamos em coisas que não dependem de nós mesmos.

Quadro 4
Close nos olhos do pescador. A estrela cadente se aproxima veloz e destacada e vemos isso através do reflexo em seus olhos assustados.
Texto: E o destino pode ter outros planos.
Texto: Planos que mudam as linhas de nosso destino. Ou até mais do que isso.

Quadro 5
Visão de cima, com a câmera afastada. No meio da floresta, no rio, uma grande explosão é vista.
Texto: Mudam o destino de um planeta.
Texto: Pobre e esperançoso pescador. Pobre e esperançoso mundo.
Título: AS RAÍZES DA HISTÓRIA – PARTE 1

Pág. 2
Quadro 1 (Domina a página inteira)
Marcelo caminha, de frente para a câmera, pelas ruas de Paris. Seu ar demonstra tristeza e preocupação. É dia.
Texto: Paris. Cerca de um ano atrás. Seis meses antes do Marco Zero.
Texto: Você se chama Marcelo Dantas.
Texto: Você tem algumas características especiais que chamam a nossa atenção e que terão profunda importância em nossa aventura.
Texto: A primeira é que você é um mercenário.
Texto: Conhecido nos círculos que contratam seu tipo de serviço como sendo muito competente, você criou uma certa reputação.
Texto: Contudo, apesar de ser fundamental, esta característica não é tão importante quanto a segunda...

Quadro 2
Este é um quadro menor, dentro do quadro 1, onde vemos o rosto de Marcelo de perfil. Ele ainda demonstra o ar soturno e triste. Talvez ele deva estar de cabeça baixa.
Texto: ...a de que você morrerá em breve.

Pág. 3
Quadro 1

Vemos um consultório médico. E nele, um médico explica à Marcelo sobre sua situação. O ar do médico é de comiseração e o de Marcelo é o de quem ainda não assimilou bem o que está sendo dito. Talvez a melhor visão seja de cima, onde não precisamos nos preocupar muito em detalhar as expressões. Se o Alex conseguir criar um efeito que faça o leitor perceber que é recordação, melhor ainda.
Texto: A conversa com o médico passa por sua mente como se não fosse real.
Texto: E talvez não fosse. Mas era inevitável o desfile de palavras que definem perfeitamente sua situação.

Quadro 2
O médico entrega um envelope com exame para Marcelo. Talvez fosse legal se conseguíssemos a visão de baixo.
Texto: Leucemia. Seis meses. Incurável.

Quadro 3
Novamente, vemos Marcelo caminhando pelas ruas.
Texto: Isso tudo é tão injusto, não é mesmo? Por que logo com você?
Texto: Mas assim é a vida. E como diz o ditado...

Quadro 4
Dois homens bem fortes param na frente de Marcelo. Eles trajam ternos impecáveis e são maiores do que o nosso amigo. Eles se encontram de frente para a câmera, enquanto Marcelo se encontra de costas.
Texto: ... “desgraça pouca é bobagem.”
Brutamontes à direita do quadro: Monsieur Dantas?*
* Todos os diálogos desta história são traduzidos do francês. Expressões regionais são usadas para dar maior ênfase ao sotaque de cada um.

Quadro 5
Vemos todos de lado e talvez de um ângulo um pouco de cima. O brutamontes que falou com Marcelo antes, indica um carro parado na calçada, que fica em segundo plano.
Texto: Você age de acordo com o seu treinamento. Observa seus adversários, verifica a possibilidade real de agressividade.
Brutamontes: Monsieur Müller deseja falar com o senhor...

É bom lembrar que o desenhista não está preso ao que o argumentista propõe, apesar deste em princípio saber para onde vai.
E um momentinho "merchã": não se esqueça de que Os Combatentes estará saindo na revista Tempestade Cerebral em dezembro de 2007...

terça-feira, 27 de novembro de 2007

"Os Combatentes": versão impressa!



É com grande alegria que vejo mais um projeto pessoal ser publicado. Desta vez, está sendo a HQ "Os Combatentes", projeto que mantenho junto com o desenhista Alex Genaro já faz dois anos.

Nosso título sairá na revista Tempesdade Cerebral e - assim como ocorre com Maytréia e Rebelião - é uma oportunidade para desenvolver mais este universo que ainda tem muito para mostrar.

A revista é trimestral e custa R$3,50. O lançamento está prometido para dezembro. Caso queira dar uma força e pedir um exemplar, o e-mail de contato é multipowers@ig.com.br .

Este acontecimento me lembra que estou devendo postar parte de um roteiro de quadrinhos para que os desenhistas de plantão possam treinar um pouco. Vou ver se me lembro de trazer logo, se possível amanhã!!!

Longa vida aos Combatentes, que eles tragam emoção e diversão para muitas pessoas!

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Lançada a 1ª Campanha "Dando o Sangue pelo RPG"




O d3system (http://d3system.com.br/dosprpg1) iniciou uma campanha que consideramos de extrema importância e que poderá ajudar a melhorar a imagem de nosso hobby tão perseguido. Ela consiste em organizar a doação de sangue promovida por grupos de RPG, veja a introdução da iniciativa abaixo:

"Numa iniciativa mútua, diversas organizações e projetos relacionados ao cenário do RPG nacional estão se unindo para dar uma força para quem precisa e, de quebra, promover o RPG de maneira positiva pelo país. Aproveitando a Semana Nacional do Doador Voluntário de Sangue, que começa hoje e vai até dia 25 de novembro, estamos incentivando Mestres e jogadores a reunirem seus amigos para formar grupos de doação e procurar o posto de coleta mais próximo para mostrar que o RPG também é sinônimo de solidariedade, cidadania e responsabilidade social.

A campanha se dará ao longo de toda a semana e se estenderá até o dia 2 de dezembro. Através da internet, estaremos fazendo a divulgação da campanha e distribuindo banners promocionais exclusivos por todos os blogs, sites, listas e fóruns de discussão envolvidos. Contudo, o apoio mais valioso que se pode dar nessa campanha é atitude! Promova a campanha entre seus amigos e jogadores conhecidos! Reúna seu grupo — seja ele pequeno ou grande — a parte mais importante dessa campanha é a participação e nós contamos com você!"

Existem mais informações sobre como participar e até como incentivar a participação do seu grupo de jogo nesta campanha! Dou total apoio, pois o mais importante disso tudo é que vidas serão preservadas enquanto nos ajudamos a melhorar a imagem do nosso hobby!

Deêm uma olhada no site e vejam como participar. Relembrando, o endereço é http://d3system.com.br/dosprpg1

Parabéns ao d3system!

sábado, 17 de novembro de 2007

Mini-Contos

Os mini-contos são uma solução prática para postar rapidamente algo. Mas o interessante neles é esse desafio de escrever algo que permita dar o clima e provocar compreensão em poucas linhas (às vezes em uma só). Alguns dos mini-contos poderão envolver os Universos de Maytréia e de Rebelião – Ascensão e Queda, neste caso eu avisarei entre parênteses ao lado do título, ok?
Espero que se divirtam.

A história de um pequeno garoto que viu o que não deveria ver (Maytréia)
De noite, sozinho e apavorado dentro de seu quarto, o menino chorou para a sombra que estava na sua frente:
“Meu pai disse que monstros não existem!”
“É claro...” respondeu o Entropista “... vou lhe mostrar que existem coisas piores...”
E o garoto nunca mais foi visto.

Iluminação (Maytréia)
Seu sorriso disse tudo. E o mundo não era mais luz e nem trevas, nem bem e nem mal.
Era apenas o Vazio que o preenchia e o completava.
Ele era o Vazio.

Kharma (Maytréia)
Lá estava sua namorada pedindo ajuda. E, se o Centriarca escapasse, muitos pagariam com a vida.
Sua hesitação durou menos de um segundo, pois logo salvou sua amada.
“Dane-se!” - Ele pensou, enquanto recebia o agradecimento dela e o Centriarca fugia.
Correria atrás do kharma negativo depois...

Maya (Maytréia)
“Não sei, não... eu poderia jurar que aquela mulher acabou de atravessar a parede...”
“O que foi? Não entendi o que disse...”
“O que eu disse? Eu disse... nada... me fugiu a memória... Ah! Esquece... você me falava do filme de ontem...”

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

O Novo Site do Universo Germinante Saiu!

Como deve ser notório, no Universo Germinante o trabalho aumentou bastante. Temos dois universos de RPG para cuidar e um de Quadrinhos (fora projetos que ainda não é hora de falar). Bem, além disso, acrescente três comunidades, contos e etc...
E todos ainda mantém projetos pessoais!
Pois é, diante disso, demos uma "recauchutada" no site para tornar o mesmo mais dinâmico e ágil. E, para ser sincero, ele completou dois anos e já era hora de uma nova roupagem mesmo.
Dê uma olhada e nos ajude com sua opinião. O endereço ainda é o mesmo: www.universogerminante.net.
Abraços a todos.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Entrevista no Ópera Zine

Bom, os loucos do Ópera Zine me entrevistaram... se vocês desejam ver como inflam o meu ego (coisa que não mereço tanto assim, diga-se de passagem) é só baixar o arquivo da edição n° 10 e dar uma lida:

http://operazine.blogspot.com/

Lá a gente conversa sobre essa luta de mais de 10 anos com relação aos RPG´s e Quadrinhos, falamos da equipe do Universo Germinante e mostramos os livros e pensadores que inspiraram os nossos trabalhos (em especial, no Maytréia).

Ah, sim! É de graça.

Só um detalhe: ignorem a foto em que apareço... além de não me considerar nem um pouco fotogênico, ela me coloca numa situação constrangedora (agora é que vão querer dizer que sou o demônio, um assura decaído e essas coisas... *risos*).
Juro que não foi proposital (ainda mato o Del Debbio e o pessoal da Ópera Zine por essa).

De qualquer forma, agradeço aqui mais uma vez pelo espaço dado. Que a Ópera Zine cresça e alcance a estatura que merece.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Atenção! Mudanças estruturais estão sendo feitas no site do Universo Germinante, onde deixaremos tudo mais agil e agradável!!!
Aguarde!!!
P.S: Os suplementos "Céu e Inferno" para Rebelião - Ascensão e Queda e "Xatryas" para Maytréia estão bem adiantados. Devem ser lançados até o natal (se a Divindade assim desejar...).

Dia Nacional do Livro!!!!

Hoje é dia nacional do livro!
Observe como comemoramos(?) o dia. Talvez isso explique em parte a situação de nosso país...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Estas estranhas coincidências...

Fui recentemente informado de que o conto "Paralelas" que escrevi para este blog lembrava demais um filme chamado "As Dupla Vida de Veronique". A temática estaria lá, da mesma forma, só que com um tratamento diferente.
Juro que nunca vi o filme (e fiquei curioso para ver). Até estou preocupado em passar a idéia de plágio. De qualquer forma, vou mantê-lo aqui. Se houver chiadeira eu tiro.
(Logo no meu primeiro conto inédito do site... putz!)
Até com mais contos e universos. Inéditos, espero.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Paralelas

Eis que começo o meu lançamento de contos exclusivos aqui do site. Para cada tipo de conto, um Universo novo é apresentado... sei lá onde isso vai dar... divirtam-se e me digam o que acham!
O Universo estranho é aquele onde ocorrem coisas sem explicação num mundo onde a normalidade aparentemente segue sem ser afetada pelo que vemos nele. É como se levantássemos a ponta de um véu que encobre coisas que nossa mente não consegue organizar.
Você está convidado a entrar... e não mais se esquecer.
Paralelas
Nasceram na mesma data e hora. Ambas viram um eclipse lunar acontecer no momento do nascimento. Ambas receberam o mesmo nome e ambas tinham como pai um estranho Amadeu e como mãe uma singela Rosa. As duas morenas, com um cabelo liso e escorregadio, olhos amendoados e boca pequena. Um ar meio que sacana e triste.
Só que nasceram a mais de 50km de distância uma da outra.
Procuram o seio de suas respectivas mães na mesma hora e juntas – mesmo que separadas por quilômetros – dormiam. Sonhavam os mesmos sonhos. Tiveram suas cólicas e diarréias nos mesmos momentos. Começaram a falar no mesmo instante e usaram a mesma palavra: “eu”.
Aos 5 anos, ficaram muito doentes. Uma virose, segundo os médicos, usando o termo que usam para dizer que não sabem o que é, mais ou menos como os curandeiros diziam antigamente ser “maus espíritos”. As mães, espíritas fervorosas, foram no mesmo centro e consultaram o mesmo preto velho no mesmo dia, uma seguida da outra; recebendo o mesmo conselho de tratamento. As duas mães fizeram as mesmas oferendas no mesmo dia e horário, mesmo local, em agradecimento.
No aniversário de 7 anos, as meninas fraturaram um braço na queda de uma bicicleta. Foram tratadas no mesmo hospital, mas ninguém percebeu nada. Aliás, quase se encontraram várias vezes, só que algo sempre acontecia. Quando uma estava numa calçada de um lugar movimentado, a outra estava passando do outro lado da rua. Quando uma estava na seção de brinquedos a outra estava na seção de CD´s e DVD´s. Enquanto a primeira brincava de roda-gigante a outra andava no carrossel. Uma estava na fila da entrada de cinema e a outra saía da seção anterior.
E ninguém notava nada. A moça do balcão atendia a duas mulheres absolutamente iguais e não percebia isso. Tinham o mesmo pediatra e esse não se tocava, coisa que aconteceu também com o ginecologista delas. Chegaram a namorar o mesmo rapaz sedutor e enganador aos 14 anos e ele não via que namorava duas vezes a mesma criatura!
Resolveram perder a virgindade aos 16 anos. No mesmo motel, no mesmo dia, um quarto colado no outro. O grito de dor e liberdade dados exatamente na mesma hora. Os homens eram diferentes, é claro, mas ambos muito parecidos fisicamente, casados e respondiam pelo mesmo nome. Isso faz lembrar que tiveram os mesmo apelidos de namoro e infância.
Sonharam os mesmos empregos. Aliás, sonhavam os mesmo sonhos toda noite. Às vezes, parecia que percebiam outro eu neste sonho – tendo a sensação de que sonharam o sonho que pertencia a outro alguém ou que outro alguém estava invadindo seu sonho. O terapeuta que ambas freqüentaram não notou o mesmo problema em duas pacientes que sempre marcavam a consulta no mesmo dia.
Então, no aniversário de 21 anos, resolveram visitar uma cigana. Mesma cigana, horários seguidos. E ela notou, aliás ficou apavorada. Perturbada, contou para as duas o que acontecia. As duas voltaram com a mesma expressão chocada no rosto. Choraram exatamente às 22:00hs daquele mesmo dia, enquanto os amigos e parentes cantavam parabéns.
Descobrir a outra virou uma obsessão. Quase se encontraram no decorrer daquele ano várias vezes. Mudaram seu comportamento, mas não contaram nada para ninguém. Os amigos reclamavam de suas mudanças da mesma maneira e da mesma maneira elas se esquivavam.
Tentaram reencontrar a cigana. Estiverem inclusive na mesma praça – no mesmo dia e horário obviamente – mas não se perceberam em meio a multidão e sua fixação em encontrar a mulher. Procuraram outros caminhos – alguns perigosos e não recomendáveis – na tentativa de encontrar sua cópia.
Chegaram a contratar uma agência de detetives – a mesma, na mesma época – que por algum motivo inexplicável lhes entregou os seus próprios endereços quando afirmou ter encontrado quem elas procuravam.
Desistiram no mesmo dia, uma semana antes do aniversário, e resolveram não pensar mais no assunto.
No dia do aniversário, se encontravam na mesma praça do ano anterior. Ambas acreditavam ter sido sem querer. Nunca saberemos a verdade. A cigana encontrou uma e disse “ali naquele chafariz, dentro de 2 minutos”, depois deu a volta para o outro lado do chafariz que indicou dizendo a mesma coisa para a outra. Seu olhar era triste, mas resignado.
Ambas se encararam com o mesmo assombro. Ambas se abraçaram e choraram. Mas, pela primeira vez na vida, tiveram reações diferentes. Uma queira agradecer por ter uma ligação tão forte com outro ser. A outra se sentiu usurpada.
Esfaqueou sua recém-conhecida discretamente e a deixou sentada próximo ao chafariz sem que ninguém percebesse. Voltou para casa, confirmou a festa de aniversário para o dia seguinte com os amigos e – depois de uma pequena crise de choro – se matou às dez horas da noite.
Passaram no mesmo legista e os mesmos policiais investigaram suas mortes, sem conclusões. As famílias, chocadas, foram ao enterro, que ocorreu no mesmo cemitério e no mesmo horário. Os jazigos das famílias um ao lado do outro.
Dois dias após o enterro, apenas uma cigana, quebrando um pouco os seus preceitos, deixou uma flor exatamente igual na lapide de cada uma e se retirou, lágrima nos olhos.
Duas paralelas nunca devem se encontrar.

sábado, 29 de setembro de 2007

Concurso de Ilustrações do Universo Germinante

Certo. Conforme prometido (e com certo atraso) coloco aqui as regras do concurso do Universo Germinante de ilustrações. Aproveitem, pois são três os ganhadores e ainda existe a chance de ver seu trabalho exposto para todo mundo!
As regras estão abaixo, boa sorte:

1º CONCURSO DE ILUSTRAÇÕES DO UNIVERSO GERMINANTE
Regras:1 – O universo Germinante está lançando um concurso de ilustrações baseados nos contos postados no site.
2 – Toda ilustração deverá ser baseada em um dos contos da seção de Contos do site http://www.universogerminante.net./
3 – Cada participante poderá enviar quantas ilustrações desejar.
4 – A ilustração deverá ter o nome do conto onde foi baseada, qualquer conto postado no site até a data do encerramento pode ser usado como referência.
5 – Esta deverá ter o formato de uma folha A4, em preto e branco. O(A) autor(a) deverá assinar ou rubricar sua obra.
6 – A ilustração deve ser anexada em e-mail e deverá ter o formato de arquivo .jpg, sendo enviada para rpg@universogerminante.net
7 – No corpo do e-mail deve-se constar o nome do(a) autor(a), data de nascimento e endereço completo com CEP.
8 - O prazo de término para as entregas das ilustrações é de 01/01/2008. O resultado do concurso será divulgado em 10/01/2008.
9 – Serão premiados os 3 primeiros colocados da seguinte maneira:1° colocado: 1 livro básico de Maytréia e uma camiseta.2° colocado: 1 suplemento de Maytréia ou Rebelião e uma camiseta.3° colocado: Uma camiseta.
10 – É vedada a participação de membros ou parentes da Equipe do Universo Germinante.
11 – O participante fica desde já ciente de que as ilustrações enviadas passarão a ser de posse da Equipe do Universo Germinante, podendo ser utilizada em publicações do selo. No caso disto ocorrer, o(a) autor(a) será informado(a) por e-mail e receberá um exemplar do suplemento onde sua(s) ilustração(ões) foi(ram) publicada(s).
12 – O envio da(s) ilustração(ões) implica na aceitação automática das regras. O não cumprimento de qualquer uma das regras do concurso implicará em imediata eliminação do(a) concorrente.Para mais informações contate o e-mail: contato@universogerminante.net
Desejamos a todos boa sorte!

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Os Combatentes n° 4

Finalmente saiu!!! No site do Universo Germinante temos a edição n° 4 da revista "Os Combatentes", que revela a missão destes que foram escolhidos por Hans para sofrerem suas chantagens. E descubram que o objeto que caiu na América do Sul pode não ser nada do que foi pensado até agora...

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Atualizações

Bom,

este post é para informar a respeito de algumas coisas que estou trabalhando com relação ao Universo Germinante:
1 - O roteiro de "Os Combatentes" nº 6 já está pronto e entregue. Vi também esta semana os desenhos da edição nº 4 com o Alex e a coisa está praticamente finalizada. Segundo ele, talvez essa edição venha a ser lançada semana que vem (qualquer coisa, podem xingar o rapaz... *risos*).
2 - Estou trabalhando num e-book que terá uma coletânea de contos das ambientações de Maytréia e Rebelião - Ascensão e Queda apresentados nos site. Mas, para não ficar "repetitivo", estou trabalhando em um conto inédito para cada universo e tentando convencer os outros escritores a fazer o mesmo (o João já me enviou um). Estes contos serão exclusivos dos e-books e não serão colocados no site.
3 - Já lançamos um novo concurso do Universo Germinante. Leiam as informações no site e participem! De repente, coloco aqui amanhã...
4 - Xatrya vai indo bem, obrigado! Vi a versão "final" de Céu e Inferno (para quem não sabe, é o primeiro suplemento de Rebelião) e está muito bom.
5 - Tenho outros e-books em mente, mas vou falando conforme eles forem sendo feitos.
6- Eu pretendo postar aqui um roteiro d'Os Combatentes. Assim os aspirantes a desenhistas podem treinar um pouco - e ver o quanto um desenhista de quadrinhos sofre! *risos* Vou ver se me lembro de postar estes dias...
Por enquanto está bom. Não quero estragar surpresas...
Forte abraço.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Vida Perdida

Depois de ter colocado um dos meus contos favoritos para Rebelião, creio que devo fazer o mesmo com Maytréia.
Este conto surgiu num momento extremamente difícil de minha vida e todos que o leram e conversam comigo parecem sentir isso. Ele se torna um dos meus favoritos exatamente por esse "quê" de autobiográfico e pela tom de tristeza perene que carrega. Ele também é didático para quem se interessa pelo jogo, pois mostra formas diferentes de se enxergar o kharma e o dharma no mesmo.
Ele se chama "Vida Perdida" e espero que gostem. Boa leitura.

Sei que o que vou lhe dizer pode decepcionar você. Sei também que você discordará e tentará achar motivos diversos para mostrar que estou errado. Mas acredite, eu venho pensando nisso há meses e o que descobri ontem só serve para confirmar minha posição. Afirmo com uma tranqüila convicção que o melhor que pode me ocorrer agora é partir deste plano.
Sim, com isso eu quero dizer desencarnar. Enfim, morrer.
Por favor, não diga nada ainda. Eu tenho razões profundas para fazer isso. Na verdade, eu tenho uma única razão que é a suficiente para que esta posição seja assumida. Você sabe que nós Iniciados, vivemos em função do equilíbrio de nosso kharma e na intenção de cumprir nosso dharma. Um Iniciado que não consegue isso só tem duas opções: morrer ou tentar viver uma vida mais feliz seguindo a trilha comum já tantas vezes trilhada pelos Doutrinados. Quando se é um neófito, creio que esta última ainda é uma opção viável, mas depois de um tempo ou se tem tudo ou não se tem nada.
E eu já tenho muito tempo. E fracassei para com o cumprimento do meu dharma.
Isto significa que eu perdi a razão de viver. Entenda, eu praticamente abandonei minha vida “mundana” para que meu dharma fosse cumprido. Deixei para trás amores, sonhos e planos. Coloquei minha vida particular, minha família – tudo enfim – em segundo plano. Apostei literalmente minha existência na intenção de ser útil à humanidade.
Sabe, quando descobri meu dharma, foi um momento de glória inesquecível. Eu havia entendido a causa de minha existência neste mundo de dor e sofrimento. Ao contrário da maioria das pessoas que não sabem o que vêm fazer neste mundo, eu tinha noção plena do meu papel nos desígnios da Divindade. Eu me sentia... abençoado.
Posso lhe dizer qual é o meu dharma agora que sei que fracassei. Não, não se preocupe. Sei o que estou fazendo. Confio em você. Mas onde eu estava mesmo? Ah, sim. Meu dharma é o de ensinar as pessoas a descobrirem o caminho de sua Evolução. Lindo não? Bom, é claro que posso acha-lo tão belo por me identificar com ele. É o meu dharma, afinal.
Eu deveria descobrir e mostrar as pessoas os mais diversos Mestres e Mestras que contribuíram para o desenvolvimento da Humanidade. Não apenas Mestres místicos, muito pelo contrário. Cientistas, filósofos, políticos, artistas, escritores e homens e mulheres de negócios – entre outros – faziam parte da lista de pessoas que criaram idéias que eu deveria desvendar e tornar o mais claro possível para a maioria das pessoas. Eu não criaria nada de novo, infelizmente, mas seria o seu divulgador.
Eu nasci para ser um arauto.
Onde fracassei? Eu descobri meu dharma há 10 anos atrás. Nesta época, estava apaixonado. E como todo homem apaixonado, eu a achava perfeita. Sua pele era pura seda para mim. Seus olhos, negros como a noite, me prendiam ao mesmo tempo em que me encabulavam. Sua voz adocicava minha vida. Suas diversas formas de sorrir preenchiam meu dia – desde seu sorriso encabulado quando eu elogiava sua beleza até sua gargalhada franca de pura alegria quando eu brincava com ela. Até mesmo uma pequena marca de nascença que ela carregava era linda para mim.
Seu pai, obviamente, me detestava. Ela era filha única e ele um viúvo muito amargurado. Sua definição religiosa fazia com que eu me transformasse num demônio em pessoa. Aos seus olhos, eu havia saído das fossas abissais com o único objetivo de seduzir a filha dele.
Sei que isso é engraçado para nós. Sabemos que se existisse um demônio ele iria procurar almas mais... rentáveis. Nenhum ser de milênios de idade irá se preocupar em tentar um humano que não faz a menor diferença na existência. Eles devem estar mais preocupados em atrair para as suas fileiras Presidentes de países, donos de empresas, artistas de grande influência, grandes militares... ou até líderes religiosos. Por que perder tempo com qualquer pessoa comum, não é mesmo?
Mas, para o pai dela, isso era sério. Ele acreditava realmente num demônio pessoal. E acreditava que eu fora enviado por ele. Isto só piorou quando ele soube que eu estudava assuntos que não se encaixavam naquilo que sua religião considerava santificado. Devemos respeitar isso. Faz parte do momento de Evolução dele.
Eu não entendi isso na época. Quando ele pressionava e agia para destruir meu relacionamento com ela, eu “caia como um pato” nas suas armadilhas. Não entendia que quando nosso encontro acabava eu seguia para minha casa, enquanto ela ficava sozinha com um pai neurótico, que pressionava sua filha indefesa de todas as formas; desde a chantagem emocional até o terror psicológico. Tensa, ela me pressionava. E eu – covarde – não entendia o lado dela. Eu cometia o maior dos erros.
Eu a fazia sofrer.
Não, não estou sendo duro demais comigo. Em meu egoísmo, não percebia que a mulher de minha vida sofria e precisava de mim. Ao perceber que o único momento de alívio e felicidade dela era comigo, deveria saber levar tudo até as coisas se ajeitarem. Mas não, apavorado, pensando apenas em mim mesmo, tomei a pior das atitudes quando achei que não podia agüentar mais. Eu a dispensei.
Isso foi há 10 anos atrás. Eu passei 10 anos apostando que conseguiria encontrar o equilíbrio enquanto trabalhava meu dharma e tentava limpar meus kharmas negativos. Tinha certeza absoluta que voltaria a vê-la. E, quando isso acontecesse, estaríamos mais maduros e poderíamos tentar novamente.
Passei estes anos todos relegando minha vida pessoal para o segundo plano. Depois que me separei dela, o resto foi fácil. Fui me desligando do mundo como se fosse um arquivo sendo apagado da memória de um computador. E assim trabalhei em subempregos, perdi o contato com meus pais, não terminei a faculdade, me tornei um estranho para primos e tios, consegui apenas meia dúzia de amigos fiéis (você entre eles) e vivi amores superficialmente. Não tinha um futuro fora do meu dharma. Claro que imaginava que ela estaria neste futuro, mas depois que meu dharma fosse estabilizado.
Cerca de 8 meses atrás, entendi uma coisa. Ela fazia parte de meu dharma. Talvez eu devesse trabalhar com ela. Talvez tivesse que ser a minha principal aluna. Talvez tivesse algo grandioso a ensinar ao mundo e eu seria seu arauto. Ela não precisava ser uma Iniciada para que isso ocorresse. Exemplos assim existem aos montes. Ela simplesmente não havia adquirido kharmicamente o direito de ser uma Iniciada, mas isso não impede ninguém de ser grandioso. Ela poderia até mesmo ser apenas minha companheira, aquela que me daria a percepção da dimensão humana de que faço parte, daquilo que verdadeiramente sou. Todavia – na minha cegueira, no meu medo, no meu egoísmo – eu a dispensei. Como conseqüência, minha vida foi se desfazendo e eu virei uma sombra do que deveria ter sido. Vivi uma vida mais falsa e ilusória do que a dos Doutrinados, por minha própria criação.
Depois disso, eu simplesmente não consegui completar meu dharma. Bati cabeça em muros e paredes sem fim e simplesmente a coisa não deu certo. Quando percebi tudo 8 meses atrás, comecei a procurar por ela. Mas era tarde. Ela saiu de seu emprego, mudou-se e casou. Contudo, eu ainda tinha esperança. Acreditava que poderia consertar toda a besteira que fiz e – talvez com um pouco mais de esforço – ajudar a ela e a mim mesmo.
Até que ontem encontrei seu pai casualmente na rua. Ele ainda tinha uma raiva pulsante de mim e eu não entendia o motivo. Mas havia algo mais. Algo brilhava diferente nos seus olhos quando me reconheceu. E quando percebi o que era, meu estômago embrulhou e contraiu-se como se fosse desaparecer num buraco dentro de mim.
Ele sentia uma dor muito grande. E, na mesma hora que percebi isso, soube o porquê.
Com essa mistura de raiva e dor ele me contou das circunstâncias da morte dela. De como se suicidou por não agüentar mais apanhar do marido. De como passou 10 anos esperando que eu voltasse. De como passou estes mesmos 10 anos culpando o pai por ter me afastado dela. De como morreu achando que eu não a amava, se perguntando o que foi que tinha feito.
E, acima de tudo, ele me contou como soube de tudo isso através do bilhete suicida que ela deixou endereçado ao pai para que fosse entregue a mim, como um último desejo.
Não, não precisa do lenço, obrigado. Isso já passa. Eu passei a noite toda pensando sobre a grande besteira que fiz. Sobre como joguei duas vidas fora. Pensei em suicídio, sabe? Mas sabemos o que acontece aos suicidas e não pretendo fazer mais essa besteira. Eu sei, eu sei. Sei como ela está agora devido ao que fez... e sei de quem é grande parte da culpa. Pretendo ver se a encontro no plano astral. Ela deve estar sofrendo presa em algum Sono da Alma e o mínimo que posso fazer é tentar resgata-la.
Sei, sei, é perigoso. Posso ser engolido no pesadelo em que ela se encontra. Aliás, considerando-se que é uma suicida, é bem provável que isso aconteça. Mas não posso fazer outra coisa. O que de pior acontecer, eu serei merecedor.
Parto amanhã. Deixei tudo pronto. Estou aqui para lhe dar um abraço e dizer que acredito que você será capaz de completar seu dharma. Sim, eu acho que sei qual é, mas não vou dizer. Afinal, eu poderia estar errado e isso poderia estragar a encarnação de mais um. Sem contar que se eu estiver certo, aí sim terei estragado sua vida mesmo!
Mande meus agradecimentos a minha Tutora. Diga a ela que muito me honrou que ela fosse minha instrutora e mestra e que eu fiz o máximo para ser digno. Apenas errei numa curva do caminho. Sei que ela sentirá, mas tentará demonstrar que não para você. Por isso, apenas dê o recado, certo?
Hoje à noite darei um forte abraço nos meus pais. Pedirei desculpas a eles pelo estorvo que fui. Sei que dirão que se orgulham de mim, mas eles não podem esconder sua preocupação e dor de um Iniciado. Tentarei não criar um clima de despedida. Eles não merecem sofrer mais por minha causa. Acredito que você poderá criar uma imagem bem positiva de mim para eles. Não por mim, é claro. Mas por eles mesmos. Um prêmio de consolação pela decepção que fui na vida deles.
Vivo agora com a sensação de que esta encarnação acabou. Se a Divindade for misericordiosa, morrerei logo. Mas não creio que seja merecedor desta dádiva. É um kharma a mais para ser trabalhado. Adeus.
Mal posso esperar para mergulhar no esquecimento.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Segundo suplemento de Maytréia

Passando aqui rapidinho para dizer: já estou trabalhando no segundo suplemento de Maytréia. Como aqueles que acompanham o jogo já desconfiam, ele se chamará "Xatrya" e tratará da Tendência responsável pela proteção da Obra e que está diretamente ligada ao plano astral. Já terminei o conto de abertura (apesar de que devo mudar um detalhe ou outro) e me encontro no preparo do livro propriamente dito.
Deve ser o lançamento de Natal do universo de Maytréia, valeu?

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

O Pai de Minha Filha

Estou postando aqui um dos meus contos favoritos para "Rebelião - Ascensão e Queda". Ele se tornou um dos favoritos para mim por alguns motivos: nele vemos um aspecto importante do jogo que não aprofundamos no livro básico e o clima de terror e de eterno equilíbrio (ou prisão entre dois extremos, depende do ponto de vista) é mantido, mesmo em meio a desoladora solidão e tristeza que o conto evoca. Ele se chama "O Pai de Minha Filha", está na seção de contos do site do Universo Germinante (http://www.universogerminante.net/) e se encontra na íntegra abaixo.
Boa leitura.

Eu observo a menina que sai sorridente da água e caminha pela areia da praia. Ela sorri para mim e meu coração se enche de alegria. Minha filha é meu tesouro e a razão de toda a minha existência. Sou relações-públicas de uma empresa de prestígio e tenho tudo o que gostaria materialmente. Minha saúde é perfeita e admito com certa vaidade que aparento ser mais jovem do que realmente sou e que agrado aos representantes do sexo masculino em geral.
Mas não consigo deixar de pensar que isso tem dedo do pai dela.
Engraçado pensar nele hoje. Eu o conheci em uma festa que minha mãe promovia. Eu era apenas a filha dondoca de 17 anos que não queria de maneira nenhuma estar lá e ele dizia ser um empresário no ramo de “reconstruções”. Relembrando nos dias de hoje, ele realmente deu um tom estranho no uso desta palavra. Lembro-me bem de perguntar que tipo de reconstrução e ele me responder “do tipo que o mundo anda precisando”. Rimos juntos. Na hora me pareceu divertido e fascinante aquele homem falar daquela maneira. Aliás rimos muito naquela noite. Ele tinha uma mistura de protetor angelical com um ar de quem seria capaz de acabar com a Criação em um piscar de olhos. Sim, eu cheguei a comentar no decorrer da festa que ele lembrava um mafioso. Ele riu e disse que eles eram amadores. E rimos novamente.
Incrível que me lembre de tanta coisa e não me lembre do nome dele.
Estranho também é saber que me rendi ao seu charme e beleza naquela mesma noite. Parecia que simplesmente ninguém nos percebia mais na festa ou mesmo dava por nossa falta. Era como se nunca tivéssemos existido. A noite parecia mágica. E continuou assim. Saímos sem que ninguém percebesse e lá estávamos nós em seu chalé. Eu estava pronta para me entregar à aquele homem.
E eu nunca mais encontrei o chalé.
Na primeira noite ele foi... divino. Me senti como devem sentir os anjos no paraíso. Parecia que um coro angelical acompanhava tudo o que fazíamos. Ele comandava o bailado e eu obedecia. Não havia erros ou momentos engraçados, coisas que tornam esse tipo de noite humana. Mas era tudo perfeito demais. Robótico. Me senti como se tivesse perdido o livre arbítrio. Agia como se eu não tivesse outra escolha. Mas isso não impediu que eu me sentisse uma deusa. Eu entrei em um estado de delírio tão grande, que quando ele atingiu o seu clímax, eu vi asas. Vi que ele tinha asas lindas como a noite que guiava os navegantes ou que permitia que os namorados se apaixonassem sob a luz da lua. A mistura daquelas sensações e daquelas visões me fez atingir meu clímax também. Depois, eu comentaria com ele que os anjos eram tristes pois não tinham escolha. Sei lá, me pareceu ser certo dizer isso. Ele olhou para mim. Seus olhos pareciam negros como a noite. Como as asas que acreditei ver. Parecia ter visto a própria origem e fim do universo. Disse que isso era verdade e me mandou dormir. Eu dormi carregada de tristeza.
Eu não fui embora, como se deveria esperar. Não consegui. E na noite seguinte ele me tomou nos braços novamente. Desta vez foi... infernal. Eu fiz coisas que a mais baixa das meretrizes não faria. Ele era meu senhor e eu era a sua escrava. Quanto mais ele me humilhava, quando mais me submetia, quanto mais eu me rebaixava, mais eu desejava. Eu havia sido uma deusa, agora era uma espécie de prostituta do inferno. Ele também parecia outro. Em meio a minha loucura, percebi que em seu clímax as asas apareciam de novo. Mas desta vez a noite era tenebrosa e assustadora, como a noite que esconde coisas que não deveriam existir ou serviam para ocultar o que era criminoso e vergonhoso. Era a noite que existia na alma de todos nós. Até hoje me envergonho daquela noite e não sei se me envergonho do que fiz ou do que vi naquelas asas.
Mas foram delírios de uma mulher em meio mergulho no mundo da luxúria. É óbvio que as asas não existem.
O resto é história. Fiquei grávida de um homem que não me lembro nem mesmo do nome. Minha família (e eu) aceitamos de maneira muito estranha tudo o que ocorreu. Ou seja; não houve escândalos, como seria de se esperar com uma filha que aparece grávida depois de dois dias desaparecida. Não foi uma gravidez fácil: parecia que a natureza simplesmente tentava rejeitar minha filha. Mas ela nasceu e é o meu tesouro. Isso tem onze anos e eu não tive mais homens desde então. Toda a vez que penso em sexo, sinto algo de repulsivo, pois me vem a idéia de horas frias e mecânicas ou de depravação. Não sei qual concepção me enjoa mais. Minhas férias sempre são aqui, nesta praia particular localizada no Nordeste, onde fico em paz com minha filha e minhas memórias. Somente eu e ela.
Eu segui minha vida e não costumo pensar no que ocorreu. Nem no pai dela. Mas hoje fui obrigada a relembrar de tudo. De manhã, enquanto trazia pão e queijo para o nosso dejejum, o pai dela apareceu. Estava na porta da nossa casa de praia e conversava tranquilamente com nossa filha. Ela nos apresentou e eu não lembro o nome dele. Trocamos frases curtas em uma conversa que também não lembro. Ele se despediu e prometeu a ela que voltariam a se ver. Eu não duvido disso.
Eu queria ir embora, mas sei que não vou conseguir. Eu sei o que vai acontecer essa noite e sei da deusa que surgirá em meu quarto. Sei também da meretriz que surgirá na noite de amanhã. Oh, Deus! Eu não queria isso, mas não posso evitar.
Eu espero que ela goste de seu irmãozinho que virá.

Para começar...

Bom,

devo começar me apresentando: sou Danilo Faria, Coordenador-Geral da Equipe do Universo Germinante, criador dos RPG´s Maytréia e Rebelião - Ascensão e Queda. Também sou um dos idealizadores do Universo Germinante (o site e o conceito) e estou escrevendo a HQ online "Os Combatentes", que se encontra com a terceira edição publicada.
Tenho outros projetos, mas falarei deles em breve, ok?
Após alguma cobrança de amigos, eis que crio o meu blog. Confesso que tinha uma certa resistência a isso, portanto não sei se farei um bom trabalho ou agradarei a maioria (já que agradar a todos é impossível... *risos*).
De qualquer forma, posso prometer postar aqui informações sobre o andamento dos trabalhos ligados a Equipe UG (em especial, aqueles sob minha responsabilidade) e projetos pessoais. Espero que este blog seja um instrumento de grande ajuda para que eu possa me relacionar com amigos e leitores.
Não posso prometer periodicidade: posso colocar 10 post´s num único dia e ficar mais 10 dias sem postar nada. Mas tentarei falar daquilo que interessa a quem lê. ok?
Podem dar sua opinião.
Um forte abraço e até a próxima.